quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Produção e abastecimento para superar a fome

EM 2008 houve uma explosão nos preços das commodities agrícolas causando enormes preocupações quanto ao problema da segurança alimentar de populações e nações pobres e com debilidades domésticas, estruturais e tecnológicas, na produção agrícola.

Reprodução

Brasil tem importante papel no combate a fome
Mantendo certa distância dessas preocupações a agricultura brasileira teve motivos de sobra para comemorar. O mercado agrícola em alta levou o país a produzir e exportar mais, como no caso do complexo soja que em 2008 exportou U$ 17,98 bilhões, quase 60% superior a 2007, que foi de U$ 11,32 bilhões e poderá exportar U$ 19,64 bilhões em 2011, isto é, quase quatro vezes mais que em 2001, que foi de U$ 5,29 bilhões (Valor: 7/12/10). Já com relação à receita com exportação de carne de frango o Brasil deve fechar o ano com um aumento de 18,5% sobre o ano passado, isto é, de U$ 6,830 bilhões, segundo Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura – Ubabef (Valor: 10/12/10).

Embora haja uma crise econômica se arrastando desde 2007 nos principais centros da economia mundial – EUA, Zona do Euro, Japão – ela pouco sensibiliza a demanda mundial por alimentos. No sentido contrário são os chamados emergentes os responsáveis por significativos aumentos no último período, pois as taxas de crescimento de suas economias impulsionam a renda e o consumo popular.

Dados do Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola (Fida), da ONU, revelam que melhoras nos últimos 10 anos tiraram 350 milhões de pessoas da pobreza nas áreas rurais, sobretudo na Ásia e em especial na China, e que no Brasil o percentual de população vivendo com U$ 1,25 por dia declinou dramaticamente de 17,7% para 5,2% no período 1988-2008. Alerta, entretanto que persiste o baixo nível de vida entre 70% da população rural de 1,4 bilhões de pessoas nos países em desenvolvimento e que a pobreza ainda é “alarmante” em partes da África.

Parte dos problemas da África é proveniente dos subsídios dos países ricos pagos a agricultores é que solapam a agricultura dos países periféricos. Neste sentido, somente a criação de modernas condições de produção em solo africano pode enfrentar o duplo desafio de atender a demanda interna e produzir com eficiência para enfrentar a concorrência internacional. No último período tem-se observado uma onda de investimentos para a produção agrícola na África, principalmente chineses. Investimentos de empresas brasileiras do setor do agronegócio também estão sendo viabilizados (Valor: 13/12/10).

A China está enfrentando gargalos para o seu abastecimento interno. Ela que exportou pouco mais de cinco milhões de toneladas de milho da safra 2006/2007, terá que importar um milhão de toneladas na safra 2010/2011, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA – USDA (Valor: 7/12/10). Conforme Chen Xiwen, vice-diretor do Gabinete Agrícola da China, o volume de produtos agrícolas importados pela China demanda mais de 40 milhões de hectares em terras agrícolas no exterior que o país não possui (Valor: 10/12/10).

Mas o Brasil também é parte deste processo de aumento de renda dos pobres e elevação da demanda por alimentos. O governo Lula retirou da faixa de pobreza extrema cerca de 26 milhões de pessoas devido à melhoria de renda e consumo dos mais pobres e aos programas sociais. A classe média também foi alargada. Já no Plano de governo da Presidenta eleita Dilma está que ela pretende eliminar a pobreza extrema até 2014. Este é um fato extraordinário para o Brasil, seu povo e sua economia, onde serão incorporados outros vários milhões ao mercado de trabalho e consumo. Foram também fortes estímulos ao mercado interno que fizeram com que o país ficasse livre da crise de 2009 e retomasse um forte crescimento em 2010, que ficará provavelmente em torno de 8%.

Outro aspecto importante além do aumento da renda de populações de países emergentes em forte processo de crescimento é o aumento da população mundial. Segundo Fidel Castro, em uma aula magna a estudantes em Cuba, a população Mundial cresce um bilhão de pessoas a cada 15 anos e questiona a capacidade do capitalismo em suprir as suas necessidades fundamentais. Nesse contexto internacional conturbado e cheio de incertezas o mundo periférico precisa adotar fortes mecanismos que os proteja dos efeitos perversos da crise dos países ricos, persiga um desenvolvimento soberano, sustentado e ancorado em políticas de distribuição de renda, com melhoria na qualidade de vida e eliminação da pobreza extrema. Sendo assim, haverá uma forte valorização dos mercados internos destes países e o crescimento ainda mais robusto de suas economias.

No Brasil a população aumentou de cerca de 169,8 milhões em 2000 para cerca de 190,7 milhões em 2010, segundo o senso 2010 do IBGE, num crescimento de 12,33%. Mas um dado interessante é que em 20 anos, de 1988 a 2008, a população rural declinou 22%, ficando em 27,6 milhões de pessoas, segundo o Fida. Em relação à produtividade do trabalho agrícola o país cresceu 123,7 %, à frente da China (81,6%); Argentina (60,9%); México (32,2%) e Índia (27,3%) (Valor: 7/12/10). Isso mostra a crescente competitividade da agricultura brasileira, muito devido ao grau de mecanização e de utilização de tecnologias que poupam trabalho humano. Para a China há um tremendo desafio que é o de elevar a produtividade do trabalho agrícola num país cuja população rural chega a 754 milhões de pessoas, isto é, mais de 27 vezes a população rural brasileira. Qualquer nova tecnologia ou processo de mecanização leva ao desemprego e ao êxodo de milhões.

Os dados anteriores revelam que a agricultura brasileira tem se tornado cada vez mais eficiente e competitiva, capaz de enfrentar os desafios da atualidade sem sofrer de forma impactante com o elevado protecionismo dos países ricos. Os benefícios de se ter uma agricultura deste tipo são aqueles advindos de uma produção que aumenta numa escala surpreendente, garantindo para a nação o status de segurança alimentar e em quantidade suficiente para atender o mercado interno e externo, a ponto de frear as pressões inflacionárias e gerar gigantescas divisas que são as maiores responsáveis pelo equilíbrio das contas nacionais, principalmente as reservas em dólares no Banco Central - hoje em torno de U$ 285 bilhões.

Outro debate recorrente diz respeito à utilização de áreas para o plantio de soja e milho e que se destinam à produção de biocombustíveis e o quanto isso coloca em risco a segurança alimentar do planeta. Como resposta a esta questão afirmo que desde a explosão dos preços destas commodities houve uma reação imediata da agricultura brasileira e também argentina, para citar outro exemplo, para suprir a suposta escassez de oferta. Os resultados a que vimos foram os contínuos aumentos na produção e exportação destes produtos por ambos os países.

Outro exemplo: o Brasil cobra na OMC o fim dos subsídios aos produtores de algodão nos EUA. Se isso ocorrer irá nos beneficiar e também beneficiará aos produtores Africanos, pois os preços irão se elevar e tornar o negócio mais atrativo e rentável, tendo como conseqüência uma elevação da produção nestas duas regiões produtoras. Em sentido parecido a explosão dos preços das commodities agrícolas a partir de 2008 impulsionou a produção de soja e milho no Brasil.

Tem-se falado, contudo, em escassez de terra cultivável, o que limitaria a oferta. Mas escassez para quem? Para o Brasil? Para a África? Definitivamente não. Além do mais, como foi citado acima, o aumento da produção brasileira tem se dado muito pelos ganhos de produtividade e não por acréscimos de áreas cultiváveis. Será que é isso que incomoda tanto o setor agrícola dos países ricos? Pode-se imaginar o horror que sentiria um agricultor estadunidense ao ver prosperar um modelo agrícola na África equivalente ao brasileiro, de altíssima produtividade e competitividade internacional.


Murilo Ferreira da Silva – Diretor do Sindicato dos Professores / SINPRO MINAS e da CTB

Publicado no portal: www.vermelho.org.br/mg em 15 de Dezembro de 2010.

http://www.vermelho.org.br/mg/noticia.php?id_noticia=143795&id_secao=76

terça-feira, 27 de abril de 2010

Murilo Ferreira: O período errático dos tucanos no poder

Rubens Ricúpero publicou um artigo no jornal Folha de São Paulo, no dia 25 de abril, dizendo que o Brasil teve cerca de 32% do PIB per capita dos Estados Unidos em 1980 e em 2006 alcançou apenas 21,1%.

Eles querem voltar...
Compara esses dados com os asiáticos como Hong Kong que no mesmo ano era de 90%, em Cingapura, de 81%, e na Coreia do Sul, de 51%. Sugere que o sucesso dos asiáticos vem se dando de forma constante e sem interrupções, como há 20, 30, 40 anos atrás. Diz ainda que “os colapsos de produção têm sido mais frequentes na América Latina, enquanto os episódios de expansão são mais curtos e débeis” ... e, se pergunta: “Terão mudado as razões da constância asiática e da nossa errática trajetória? ”. Responde que não. Mas porque essa inconstância latino-americana? Quais das duas regiões sofreram com mais intensidade os impactos das reformas neoliberais da década de 1990. Os asiáticos tiveram governos similares a FHC e Menen? Realmente a comparação merece cuidado.

Para começar Menen quebrou a Argentina e FHC quase deu o mesmo destino ao Brasil. Tem sido amplamente aceito que a América Latina foi palco privilegiado das chamadas reformas neoliberais, mas que, após um longo período de estagnação e crises profundas, em quase todo o continente optou-se por uma via alternativa de desenvolvimento com a vitória de forças oposicionistas ao modelo imposto por Washington e o FMI, que nunca tiveram tanto sucesso assim com os asiáticos.

Ricupero diz que as taxas de consumo do governo e particulares no Brasil são elevadas e que a proporção do investimento no PIB é baixa. Contrapõe ao Brasil a China, onde, segundo ele, “a porcentagem do consumo no PIB caiu de 55%, uma década atrás, para 36%, e o investimento tem uma taxa de 50% do PIB. Não diz nada da renda per capita da China que, apesar dos êxitos desta pujante economia, é muito menor que a renda per capita brasileira, cerca de metade.

Sim, a situação do Brasil gera preocupações. Os dados de 2009, quando o Brasil cresceu zero e a taxa de investimento foi de 16,7% do PIB, parecem dar-lhe razão. Contudo, o Brasil já superou a crise e podemos crescer 7% em 2010. Já no primeiro semestre a taxa anualizada foi de 8,2%, um crescimento Chinês. Com relação à taxa de investimento ela pode crescer e conforme previsão do Ministério da Fazenda ela será de 18,5 % em 2010; 19,3% em 2011; 20% em 2012; 20,9% em 2013 e 21,5% em 2014, com crescimento sustentado.

Em plena crise de 2009 o governo criou incentivos fiscais e manteve os planos de investimento. Ao contrário, em muitos setores da iniciativa privada houve redução de investimentos ou projetos foram adiados ou mesmos cancelados. Isso foi o que mais afetou a taxa de investimento. Mas como o governo Lula teve uma orientação expansiva e não contracionista, que é o dogma tucano, o Brasil a superou a crise mais rápido que a maioria das nações e voltou a crescer fortemente, embora com uma ligeira piora nas contas públicas, mas necessária.

Ricúpero talvez queira esconder o fato de que o país atingiu, com o governo Lula, uma significativa capacidade de planejamento e de cumprimento de metas, que foi perdida no período dos tucanos no poder. A decisão do crescimento passou a ser uma decisão política, de governo. Ele critica o fato do consumo no Brasil ser elevado, causando problemas como a dependência da poupança externa. Mas foi justamente a melhoria da renda do “povão” e os incentivos do governo ao consumo que foram os fatores decisivos contra a crise, isto é, a ampliação do consumo interno. Isso é incontestável. Seria melhor dar como exemplo de esbanjamento de dinheiro público o salvamento do sistema financeiro podre nos EUA.

Fato relevante mesmo foi a forma como lidamos com a maior crise/depressão dos últimos 80 anos. Saímos dela ainda com um nível maior de reservas, cerca de 240 bilhões de dólares, e somos, atualmente, referência no mundo do ponto de vista do equilíbrio das contas nacionais, do crescimento sustentável e da perspectiva que temos de nos tornamos uma nação próspera, desenvolvida, moderna e com ampla distribuição de renda e bem estar social. Mas não uma “nação errática” como sugere Rubens Ricupero. Essa carapuça serve mais ao período dos tucanos no poder.

(*) Murilo Ferreira da Silva - Diretor do SINPRO Minas e da CTB Minas

(*) Publicado no portal www.vermelho.org.br/mg em 27 de Abril de 2010.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Murilo Ferreira: PSDB o maior inimigo do Brasil

Com Lula o Brasil iniciou um novo ciclo virtuoso de crescimento. O País equacionou o problema da dívida e do balanço de pagamentos, recuperou a credibilidade internacional, voltou a crescer sustentavelmente e num patamar elevado, criou as condições de lançar um Projeto Nacional de Desenvolvimento com objetivos, metas, previsões...

O Brasil cresceu no primeiro trimestre a uma taxa anualizada de 8,2 % e, para 2010, poderá crescer até 7%, segundo previsões mais otimistas do governo. Se assim for trata-se de um dos fatos mais extra-ordinários ocorridos em nossa economia desde 1974, há 26 anos, quando ocorreu a crise do petróleo e se iniciou o que hoje é conhecido como um largo período de estagnação econômica com inflação alta, crises recorrentes no balanço de pagamentos, altos encargos e custos da dívida pública, interna e externa, baixos salários, desemprego elevado e precarização das relações de trabalho, enfim, tudo que retroalimentava a crise e engessava ainda mais a nossa capacidade de reação.

Mas foi no governo de Fernando Henrique que a vaca quase foi para o brejo, como de fato foi na Argentina de Menen. As medidas adotadas pelo tucanato empurraram o Brasil ainda mais para o fundo do poço. O resultado dos oito anos de Fernando Henrique é de amplo conhecimento público, tanto que os tucanos Serra e Alquimin foram rechaçados pelo povo duas vezes, em 2002 e 2006.

Com Lula o Brasil iniciou um novo ciclo virtuoso de crescimento. O País equacionou o problema da dívida e do balanço de pagamentos, recuperou a credibilidade internacional, voltou a crescer sustentavelmente e num patamar elevado, criou as condições de lançar um Projeto Nacional de Desenvolvimento com objetivos, metas, previsões, capacidade de planejamento, de visão do futuro, isto é, aonde o país quer chegar a curto, médio e longo prazos. Foi lançado o PAC 1, com investimentos de cerca de 700 bilhões de reais, que está em pleno desenvolvimento e execução, e o PAC 2, com previsão de investimentos de cerca de 1,6 trilhões de reais. São investimentos em ferrovias, como a norte-sul, Trens de Alta Velocidade (TAV), em hidrovias para escoamento de grãos, investimentos em portos, aeroportos, rodovias, moradias, saneamento básico, infra-estrutura urbana e mobilidade urbana e muito mais. Acrescente os investimentos para a Copa 2014 e Olimpíadas 2016. Tudo isso somado aponta que o país pode tomar a dianteira do crescimento mundial junto com as principais economias emergentes, como a China e a Índia.

Hoje retomamos a condição de oitava economia mundial e, em cerca de 5 a 7 anos, podemos alcançar o patamar de nação desenvolvida, até mesmo à frente de algumas potências européias. Isso se dá porque recuperamos a capacidade de formulação política do desenvolvimento econômico. Este passou a se dar não mais ao sabor dos humores do mercado ou através da iniciativa privada ou ainda pelo “espírito animal do capitalista”, enfim, a baboseira neoliberal. O Desenvolvimento Nacional passou sim a ser uma definição política, uma questão de Estado. Não significa que o Capital externo e o setor empresarial nacional foram alijados ou descriminados ou prejudicados, pelo contrário, o que houve é que, além desses dois tripés de sustentação da economia, recuperou-se um terceiro tripé, que é o planejamento e a intervenção estatal, isto é, a capacidade do Estado se ser o promotor e o indutor do crescimento e do desenvolvimento.

O contraste com a era tucana é evidente, salta aos olhos. Durante o período FHC o Estado foi desbaratado, definhado, desestruturado e desmobilizado para as funções que ele conheceu desde a era Vargas. FHC sujeitou o Brasil ao contingenciamento e ao poderio das grandes potências do capitalismo mundial numa fase em que elas enfrentavam grandes dificuldades e com tendência de queda em suas taxas de crescimento, desde 1974. Nas últimas décadas, como resultante do crescimento desigual entre as nações, a China alcançou o status de potência mundial, ultrapassando a Alemanha e se tornando a segunda economia do globo. Mas foi graças à ação do Estado como promotor e indutor do desenvolvimento que ela chegou nesta posição. Com o Brasil de FHC aconteceu o contrário, o país perdeu várias posições, chegando a ficar atrás do México e da Coréia do Sul, em 14o lugar, um verdadeiro desmoronamento.

Foi a atitude altiva e soberana do governo Lula que pôde dar ao Brasil autonomia para negociar e estender o seu comércio em todo o globo, privilegiando uma integração política e econômica com países do chamado sul/sul e em igualdades de condições. Foi essa política externa que colocou a China como o principal parceiro econômico do Brasil. Além dessa parceria estratégica temos em alto relevo a integração latino americana, que colocou num patamar mais elevado que nunca a nossa amizade e cooperação com os nossos vizinhos latino-americanos.
Isso dito para demonstrar que a era tucana privilegiou o império americano com forma subserviente de inserção do Brasil na globalização financeira, sujeito à agiotagem e ao cassino internacional, à especulação de toda ordem, ao descontrole das contas nacionais, ao controle férreo de nossa política econômica pelo FMI e aos ditames de uma superpotência arrogante, em guerra contra nações e povos e responsável pela maior crise do capitalismo nos últimos 80 anos. Haja traição aos interesses do Brasil e do povo brasileiro.

Assim, para dar curso às mudanças iniciadas pelo governo Lula desde 2002, que resgatou a dignidade e as perspectivas do Brasil e dos brasileiros, há de se derrotar, mais uma vez, o Serra nas eleições deste ano. É com Dilma - a mãe do PAC - que devemos todos os patriotas e democratas marchar juntos nessa caminhada. Em momentos decisivos de uma nação, onde o inimigo é facilmente identificável, devemos nos unir todos para derrotá-lo. Temos que constituir um campo de forças de amplo espectro político, democrático e popular, para derrotar, agora, não mais que um inimigo, isso mesmo, apenas um: PSDB.

(*) Murilo Ferreira da SIlva - Diretor do SINPRO MINAS e da CTB Minas

Publicado no dia 19 de Abril de 2010
http://www.vermelho.org.br/mg
http://www.vermelho.org.br/mg/noticia.php?id_noticia=127922&id_secao=76